quarta-feira, 27 de abril de 2011

♪INTERNET E INCLUSÃO DIGITAL♪


A história da internet nos mostra que, originalmente, não era a população em geral o alvo, mas sim, órgãos governamentais e questões de segurança nacional. Houve toda uma estruturação para que os protocolos usados fossem padronizados e, dessa forma, se formasse uma grande rede internacional.
Hoje a internet está presente em todo o mundo. Porém, não de forma igualitária. Como o texto nos mostrou, existem localidades, como a América do Norte, em que mais de 70% da população têm acesso à internet. A África, em contrapartida, não tem nem mesmo dez por cento. Essa discrepância observada mundialmente também pode ser verificada no âmbito de cada país ou território. Por exemplo, no Brasil são 67,5 milhões de pessoas que se conectam virtualmente. Apesar de parecer um bom número, não chega a 35% da população. E, naturalmente, existe uma concentração de usuários nos centros urbanos e nas camadas favorecidas economicamente.
Existe uma preocupação no Brasil com relação a essa questão. Prova disso foram os projetos elaborados para equipar a escola pública com computadores, além de todo o discurso que se encontra por aí. Entretanto, sabemos que não basta colocar computadores nas escolas, ou mesmo disponibilizar um para cada família. Incluir digitalmente significa ter pessoas desfrutando das vantagens do mundo digital, tendo uma vida com mais qualidade. Para isso é preciso dominar essa nova linguagem.
Essa questão do domínio da linguagem do mundo virtual nos remete ao excesso de informações que estão disponibilizadas, sem uma “filtragem”. A web fornece números impensáveis de páginas sobre diversos assuntos. Se alguém quiser pesquisar sobre a palavra “cidade” no Google, por exemplo, encontrará 130 milhões de resultados. Essa quantidade imensa de informação exige que o usuário não apenas saiba como se conectar, como buscar, como acessar, enviar, postar, etc, mas também, que se torne seletivo, que saiba o que está procurando. Ele mesmo deve usar filtros para buscar as informações mais próximas do que deseja.
Os adolescentes, maiores internautas atualmente, se acostumaram a jogar todo o tipo de pesquisa no Google, sem se preocupar com a fidelidade das fontes. “Alguém tem uma pergunta? O Google fornecerá a resposta!” Ainda que o Google (ou qualquer outro site de busca) realmente tenha sempre uma resposta, ela estará no meio de inúmeras outras e poderá sequer ser localizada – ou seja, não se encontrará a resposta mais adequada.
Pensar em inclusão digital significa também pensar sobre pensar, sobre as fontes de que dispomos, sobre as formas de buscar e contribuir para que a rede se torne cada vez melhor. Extrapola, portanto, os três componentes básicos que qualificam uma pessoa como “incluído digitalmente”, que são: ter acesso a um computador, ter acesso a uma rede, dominar o manejo das ferramentas tecnológicas. A inclusão digital parece exigir que o indivíduo tenha tido acesso à educação. Isso porque nos questionamos: será que quem usa o computador e se conecta à rede, mas somente para jogar online, ou somente para uso no trabalho, está incluído digitalmente? Esse indivíduo usa o potencial do mundo digital para melhorar sua vida, para enriquecer seus conhecimentos?  
Se a inclusão digital é uma forma de cidadania – e acredito que seja – é preciso que todos tenham acesso e sejam educados para utilizá-la bem.
Infelizmente, pessoas que residem em zonas periféricas e desfavorecidas economicamente, não têm tanto acesso como deveriam ter, a computadores e redes de conexão. Da mesma forma, existem dificuldades para deficientes (auditivos e visuais, por exemplo), bem como, ainda é uma novidade para os idosos. Os números, aliás, revelam que entre os mais jovens está a esmagadora maioria de usuários.
É preciso continuar lutando para que não somente os jovens, favorecidos economicamente, educados formalmente, que não sofrem de deficiências, que têm tempo, desfrutam dos benefícios do mundo digital.
Além disso, sabemos que o mundo do trabalho espera que tenhamos um mínimo de domínio das linguagens e ferramentas virtuais, tornando esse aprendizado uma exigência.  
Mas o mundo digital não está presente somente no trabalho. Ele atingiu a educação. A Educação à Distância, iniciada nos cursos por correspondência, hoje é levada a efeito via internet. Cada vez mais faculdades e escolas em geral investem nessa modalidade. E usar a internet para estudar é uma forma de inclusão digital. Além do conteúdo específico do curso o aluno deve dominar a linguagem da rede digital e ser capaz de usar outros recursos como gravações em áudio e vídeo, além de alguns softwares, para elaborar atividades específicas.
Diferentemente do que acontece em uma sala de aula convencional, o aluno da EaD precisa ir além, ampliando sua sintonia com o mundo pós-moderno, com as características atuais. O computador é visto como uma ferramenta, uma janela para um mundo de informações, do qual participa intensamente, não apenas como observador/leitor, mas enviando seus vídeos, textos, etc, postando hipertextos, e selecionando suas fontes. Essas experiências tendem a promover o desenvolvimento intelectual do indivíduo. Aliás, é bom salientar que tudo se inicia com o letramento digital. É por este motivo que, em geral, os cursos de EaD oferecem uma disciplina, logo no início, que objetiva a familiarização do aluno com o ambiente virtual e com algumas tecnologias. A UFSCar é exemplo disso, preocupando-se não somente em instrumentalizar o aluno, mas também em fazê-lo refletir sobre seu próprio tempo e as vantagens/desvantagens do mundo digital.


Fontes:

Wikipédia. Inclusão digital. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Inclus%C3%A3o_digital Acesso em 27/04/11.
Livro eletrônico: A História da internet e a Inclusão Digital. Disponível em: http://ead.sead.ufscar.br/mod/book/view.php?id=52086. Acesso em 20/04/2011.


por Rita